09 junho 2015

hoje o Murphy acordou a dormir

Liguei o computador, fui buscar o primeiro café da manhã, pus o computador a abrir o correio e fui ao portátil dar uma espreitadela no facebook (é uma estratégia nova para me disciplinar: um computador para trabalho e outro para lazer - se tiver o do lazer quatro andares abaixo ou acima do de trabalho, nem preciso de fazer mais exercício, vou ficar com uns glúteos formidáveis e já posso comer o Lindor todo sem o esconder de mim própria nos confins do frigorífico).

Pois bem: algum dia teria de acontecer, e foi hoje. Ao afastar o portátil para espreitar o correio, entornei a chávena de café ainda cheia.

Acho que hoje o Murphy acordou a dormir, porque não se estragou nem a máquina fotográfica, nem o teclado, nem o telemóvel. E descobri que os papéis todos que tinha naquela parte da mesa, e que me pareciam tão importantes e me andam há semanas a pesar na consciência porque ainda não lhes dei vazão, afinal não valiam nada. Apontamentos sem importância, recibos que não posso apresentar nas finanças, listas to-do que já passaram à história.

(sabem aquela pessoa que tinha duas pilhas de papéis, uma "problemas que o tempo há-de resolver" e a outra "problemas que o tempo já resolveu", e o seu trabalho consistia em passar as folhas de uma pilha para a outra?)

Enquanto triava aquela sopa castanha de papéis lembrei-me de uma vez que estava com um stress danado no trabalho, milhares de coisas urgentes e importantes para fazer, e apanhei uma gripe do caixão à cova. Deitada na cama, a recozer em febre, pensei no trabalho todo à minha espera e dei-me conta de que nada daquilo era realmente importante.

Simpático, o Murphy, hoje: além de não me tramar a vida, ainda me ajuda a recentrar e livr-me de um bel pilh de ppéis que só me limentvm os sentimentos de culp.

Eh, l´! O Murphy cordou! O tecldo est´sem " ".

(Triste vid .)


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